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Interpretações poéticas sobre a primeira obra da série O paradoxo do pássaro livre

Atualizado: 5 de abr.

A série de pinturas O paradoxo do pássaro livre parece ter despertado mais curiosidades e interpretações do que eu poderia imaginar. Em sua terceira mostra, passando por três cidades da região, Juiz de Fora, São João Nepomuceno e Bicas, resolvi falar um pouco mais sobre cada obra.


Obra "1". Óleo e bordado sobre tela. 40 x 40 cm.

Peço a licença poética para transformar minhas interpretações em poesias, porque não seria capaz de explicar com palavras concretas, aquilo que foi feito de pensamentos e sentimentos abstratos.


Se a admiro por um instante, me lembro dos meus motivos em começar,

um basta

uma mão espalmada, que as vezes diz

PÁRA

e as vezes parece tentar agarrar os pássaros,

o ar,

a liberdade

e essa mesma liberdade está presa, por um fio,

ligando as lágrimas à casa

(gaiola)

nossa prisão e porto seguro

continuei pensando nos pássaros

nessa mulher pássaro

mas aos poucos fui percebendo,

que eu queria mesmo é falar das gaiolas.

contrariando as convenções imagéticas,

o (eu) passarinho não foge da gaiola,

carrego ela comigo,

porque todo mundo sabe

que a gente carrega nossa prisão

mesmo gente sábia, gente estudada

gente analisada..

por isso ela olha tanto pra mim

ela me faz lembrar o primeiro

basta

e os vários outros que vou continuar dando

para ter a força de carregar a gaiola

ao invés de me manter trancada nela.


Modelo: Jade Girardi

Fotógrafa: Darlene Braga



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